Um olhar sobre...A Crítica da Razão Prática (1ª Parte)

Publicada por armyofufs | Etiquetas: | Posted On terça-feira, 18 de agosto de 2009 at 00:05


Entre a Crítica da Razão Pura (1781) e a Crítica do Juízo (1790), a Crítica da Razão Prática constitui, em termos gerais, uma resposta à interrogação moral «que devo fazer?». Ocupa-se, portanto, da razão na sua aplicação prática, enquanto determinação da vontade de agir, e estabelece a seguinte lei fundamental: «Age de tal modo que a máxima da tua vontade possa valer sempre ao mesmo tempo como princípio da uma legislação universal».

"Heróis da Paz": Kant esculpido na Estátua equestre

É este o texto de contracapa da obra Crítica da Razão Prática do magnânimo Immanuel Kant, considerado o último grande filósofo dos princípios da era moderna e um dos mais influentes da história da filosofia, da nona edição da tradução de Artur Morão para a Edições 70. Poderia interromper aqui o meu artigo e deixar a leitura da obra à consideração de cada um, assim como a sua interpretação pessoal, nunca unânime. Mas, então, pregariam a minha fama de copista, algo que não pretendo de todo. Assim, dei-me ao obro de reler o prefácio e introdução a esta obra de cariz intemporal, complementando com breves trechos do desenvolvimento e conclusão da mesma.

Seguem-se, então, os aspectos gerais, quiçá algo superficiais quando comparados com a profusa crítica na sua íntegra, deste escrito com génese num dos mais excelsos intelectos com o qual tive a honra de me deparar, Immanuel Kant.

Com o intuito primeiro de demonstrar a existência de uma Razão pura prática (A 3, 4), o autor emprega-se na crítica de toda a faculdade prática da razão pura. Daí, o texto não se intitular Crítica da Razão Pura Prática, como, à partida, poderia parecer, visto que, uma vez almejando pelo objectivo citado, já não é necessário criticar a própria faculdade pura a fim de ver se a razão não se ultrapassa.
Pois, se ela, como razão pura, é realmente prática, prova assim a sua realidade (…) e é vão todo o sofismar contra a possibilidade de ela ser prática.
Se na crítica da razão especulativa, no que concernia à sua dialéctica, surgiam as antinomias, entre as quais a da liberdade, na qual caía quando, na série causal, queria pensar o incondicionado (liberto das leis naturais que pré-estabelecem uma cadeia causal), a da imortalidade, e a da existência de Deus, como sendo indeterminadas pela razão no seu uso especulativo, exactamente por ultrapassarem os limites de uma experiência possível, único campo possível de aplicação da razão especulativa, sem correr o risco de errar, mergulhando assim num abismo de cepticismo em virtude da pretensa impossibilidade daquilo que ela deve pelo menos admitir como pensável (A 3, 4).

Mas, o conceito da liberdade, na medida em que a sua realidade objectiva é demonstrada por uma lei apodíctica da razão prática, é pedra angular de todo o edifício de um sistema da razão pura e todos os outros conceitos (Deus e imortalidade) que, simples ideias, conectam-se com ele e adquirem realidade objectiva. A sua possibilidade é provada pelo facto da liberdade ser efectiva mediante a lei moral. De facto, a liberdade é a condição da lei moral. Já Deus e a imortalidade são condições do objecto necessário de uma vontade determinada por esta lei (o soberano Bem).

Assim, e tendo em conta a divisão kantiana dos graus de crença operada na Crítica da Razão Pura (opinião, fé e ciência), no seu uso prático, a razão eleva os conceitos a priori (que não dependem da experiência) supracitados de mera crença firmada na possibilidade dos mesmos, para uma “quase-ciência”, subjectiva e objectivamente suficiente, por aquisição da sua realidade objectiva, por intermédio da lei moral. Na verdade, a possibilidade, que antes era apenas problema, se torna aqui asserção (A 6, 7, 8), combinando-se com elementos do uso teórico.

Contudo, mediante uma análise completa desta razão, não se visa uma determinação teorética das categorias (vide conceitos puros do entendimento in Crítica da Razão Pura) e nenhuma expansão do conhecimento até ao supra-sensível, algo a que já se opôs Kant na sua obra capital de epistemologia, destituindo a metafísica do seu estatuto de ciência, que se “fortalecera” desde a Antiguidade, através da Idade Média e atingindo o seu auge com o idealismo cartesiano. A razão prática limita-se a conferir realidade objectiva à liberdade, enquanto conceito prático, nunca teórico.
Na presente crítica, Kant chega a dividir o sujeito pensante em númeno (coisa em si), enquanto sujeito da liberdade, e em fenómeno, em vista da natureza, na sua própria consciência empírica.

De facto, a reunião da causalidade, como liberdade, com a causalidade enquanto mecanismo da natureza, estabelecendo-se a primeira pela lei moral e a segunda mediante a lei natural, num só e mesmo sujeito, o homem, é impossível, sem representar este, em relação à primeira, como ser em si mesmo, mas relativamente à segunda como fenómeno, aquele na consciência pura, este na consciência empírica. (nota de rodapé número 2).

Diz ainda Kant, na introdução, que substituir a necessidade subjectiva, isto é, o hábito, à necessidade objectiva, que unicamente tem lugar nos juízos a priori, significa recusar à razão o poder de julgar o objecto (…) de o conhecer assim como ao que ele é próprio; e (…) não dizer que se pode concluir disto para aquilo e que não é a universalidade do assentimento que prova a validade objectiva de um juízo (…), só a validade objectiva constitui o verdadeiro fundamento de um consenso universal necessário. A crítica à redução do conceito da causalidade a um hábito é, como o próprio afirma mais à frente, a oposição a David Hume.

Na introdução, “Da ideia de uma crítica da razão prática”, Kant opõe, novamente, a razão no seu uso especulativo, como ocupando-se exclusivamente dos objectos, da simples faculdade de conhecer, que com facilidade se transviava para lá dos seus limites, entre objectos inacessíveis ou até conceitos mutuamente contraditórios, à razão no seu uso prático, que se ocupa dos princípios determinantes da vontade, a qual é uma faculdade, ou de produzir objectos correspondentes às representações, ou de se determinar a si mesma à produção dos mesmos, isto é, de determinar a sua causalidade.

Como primeira questão preponderante, trata-se de saber se a razão se basta a si mesma para determinar a vontade ou se ela pode ser um princípio de determinação apenas enquanto empiricamente condicionada. Aqui intervém um conceito de causalidade, o de liberdade, que adquirirá realidade objectiva por convir à vontade humana e impedir a razão empiricamente condicionada de pretender fornecer exclusivamente o princípio de determinação da vontade. Assim, este uso da razão, prático, é imanente, por inerente ao sujeito, em oposição ao empiricamente condicionado, transcendente.

Primando Kant pela sistematicidade filosófica das suas meditações intermináveis em torno das mais variadas problemáticas de então, ordena, novamente (já o havia feito na Crítica da Razão Pura) a crítica em doutrina elementar e metodologia; na doutrina elementar, enquanto primeira parte, uma analítica, como regra de verdade, e uma dialéctica, como exposição e solução da aparência nos juízos da razão prática. Mas, invertendo a ordem seguida a nível da analítica na Crítica da razão pura especulativa, Kant começa pelos princípios para ir aos conceitos.

Aqui termina a primeira parte deste artigo que, devido à extensão do mesmo, decidi por publicar em dias diferentes, por forma a que se tornasse menos enfadonho.

armyofufs

Explicação preponderante

Publicada por Higuita | | Posted On segunda-feira, 17 de agosto de 2009 at 23:41

Sem querer acentuar um prólogo fantasioso da crónica que irei apresentar, devo, honestamente, referir que foi e é uma hipocrisia tremenda da nossa parte pela abstenção literária no que toca ao título do nosso blog, “Cristo Não Usava Cuecas”, uma lacuna em forma de explicação ao porquê da escolha perspicaz deste título. E uma vez que esta particularidade absurda, como se fosse mera imagem de marca inconsequente aos nossos textos, esta delineada como uma grandeza inerente ao sentido e filosofia do nosso blog, a falsificação absurda da vida realizada pela religião e pela incongruência implacável nos parâmetros excessivos de atribuir roupa interior à figura máxima do comunismo, Cristo, torna-se uma característica mais que relevante à essência do nosso espírito. Ora, tudo o que passe por excessos ou falsificações do que quer que seja é um tema e passatempo favorito da minha (nossa) pseudo-vida, devo ser puro e concreto, realizar uma espécie de um neologismo global ao sentido desta era blogosférica da qual o CNUC (Cristo Não Usava Cuecas) faz parte, complementado-o de forma única e estapafúrdia, como nunca é demais referir...


Idolatrações à parte, regindo a mente Humana a uns bons séculos atrás, um senhor de seu nome Jesus Cristo criou e dogmatizou um conjunto de ideais balanceadores de uma sociedade através do uso de milagres sobrenaturais e ocultos e uma barba à George Clooney. O que eu pergunto, pertinentemente, é o porquê, tentar desvendar a razão ilógica da atribuição de cuecas a um senhor que consegue transformar pedras em pão e ressuscitar-se depois de ter levado com uns pregos nas mãos para ir beber uns copos à casa do vizinho no dia de Páscoa, numa época longinqua e estacionária onde o uso de trapos em volta dos genitais era uma raridade chinesa e indiana, criando a elite desmazelada e hipócrita da sociedade europeia/asiática do grupo de pessoas que não gostam de andar com a salada a badalar. Será que a mensagem de Jesus Cristo, digna de umas boas 20 Floribellas, passa pelos paradigmas ocidentais superiores do uso de tecido a envolver o pênis? É uma espécie de paradoxo plausível à questão dos princípios que ele próprio implantou e categorizou de forma sobrenatural: se Jesus Cristo é aquele tipo de gajo que consegue transformar 10 árvores em 10 linda suecas depiladas, porque usar cuecas? E mais! Porque afirmar que o uso de cuecas seria abonatório numa sociedade onde as Doenças Sexualmente Transmissíveis não apareciam constantemente ao virar da esquina em forma de panfleto/BROCHura para nos enojar com imagens reais e alucinantes de um pénis pertencente a um senhor de 81 anos com gonorreia? Deixo a questão a pairar... Até porque sejamos concretos... Cuecas é para maricas! E jesus não era maricas! Certo Maria Madalena?



Carlos David aka Higuita

Topless? Quero nudismo! Foda-se…

Publicada por armyofufs | Etiquetas: | Posted On terça-feira, 11 de agosto de 2009 at 16:02


Foi após ter lido o último escrito do mais recente retornado ao blogue Wrestling Notícias, A. O. Salazar, esse fascista do caralho, que se me incrementou a vontade de redigir algo em objecção à sua consideração final, vocacionada para a temática “Playboy portuguesa”. Num antagonismo de não conseguir ser objectivo na resposta ao quesito kantiano “O móbil desta minha vontade são as inclinações naturais ou a razão?”, se me afiguro no prelúdio de, ainda que infrutiferamente, canalizar toda a minha crítica para o plano racional. Mas, enfim, poderá uma crítica ser induzida por inclinações? Isso é causa de uma outra introspecção prolongada, para um outro post, numa outra conjuntura temporal que não esta.
Portanto, deixemo-nos de estender frivolamente esta introdução, sob a coacção inteligível, não estatuária, de trairmos a acepção deste mesmo termo. Prossigamos.

Em Abril transido, do ano corrente (lá estou eu com as minhas explicitações exacerbadas), presenciámos o advento nacional de uma publicação de renome, a nível internacional, no respeitante a revistas dirigidas a um público-alvo composto, maioritariamente, por seres humanos do sexo masculino, lésbicas, bissexuais, hermafroditas, travestis, transexuais e Santana Lopes (sim, foi ele quem decretou o término das transmissões pornográficas pós-horário nobre, no Canal Viver/Vivir, então na posição número 18 da TV Cabo) e de conteúdo restrito a maiores de idade, de acordo com a lei civil (judeus, chupem-me os tomates!). Ora, e sendo uma condição básica de marketing moderno, as novas exigências de procura mercantil são condição sine qua non para incitar os capitalistas a reformularem as suas incidências investidoras, por forma a colmatarem, o melhor possível, as lacunas de uma vontade maciça insatisfeita. Então, uma bifurcação se lhes interpola. Arriscar em algo de inovador, sujeito a repreendas várias, se não bem cogitado em todos os parâmetros ou adaptar um produto, dentro do mesmo género, com sucesso visível noutros quadrantes do globo, onde se faça sentir a ingerência humana. Por cá, e seguindo as belas das tradições que já vêm sendo legadas desde tempos imemoriais e, mesmo assim, segundo esses intelectuais reconhecidos, pregadores da benesse de sardinhas, reiterando a sua actualidade, um grupo de aristocratas aventurou-se na edificação, em terras do Quinto Império (Not!), desse colosso internacional da demagogia anatómica, a Playboy.
De mentes embebidas no sucesso descomunal de edições da FHM incidentes sobre Ana Malhoa ou Luciana Abreu, lançaram-se que nem cães a um osso e, retornando ao início do parágrafo transacto, publicaram a primeira edição da Playboy portuguesa (UH UH YEAH!...que excitação!). Recorrendo ao factor “suspense”, aguçaram a curiosidade plebeia, que só com estas merdas se deixa aguçar, mantendo no mais tácito sigilo a identidade da primeira “coelhinha”.

Momento “WTF???”: Um gajo, encaminhando-se para o quiosque mais próximo, afrouxa o passo, adquirindo, precedentemente, a informação animadora de que a “rameira” em questão era Mónica Sofia. Então, e bebendo do esclarecimento prematuro como de Powerade, alenta-se na demanda, arribando no destino em menos de nada. Abeira-se da revista e:
Penso que a denominação do momento anterior isenta-se de qualquer explicação depois de observada a imagem acima.
Desde então, e mês após mês, sendo que visito, no final de cada um deles, blogues que se dignam a publicitar gratuitamente a publicação correspondente, com mostragem das fotografias expostas na revista, anteriormente sujeitas à filtragem baseada em critérios que desconheço, mas que me parecem incongruentes, e ao melhoramento do Photoshop, deu-se uma subversão oratória, ora apologizando a mesma, ora através de críticas contundentes, com a intenção última de rebaixar infundadamente.
Eu, mero aspirante a crítico íntegro, tomo o partido dos poucos que, racionalizando a questão, se opõe convictamente ao tratamento aportuguesado da publicação.
Então, aqui seguem os meus raciocínios convertidos a linguagem corrente, e, como tal, passíveis de refutação e/ou reformulação posterior, no prejuízo das circunstâncias momentâneas, que me levam a preferir um vocábulo a outro e, eventualmente, esquecer-me de um ou outro pormenor relevante.

1º Conflito: Foram muitos os que clamaram pela nacionalização da revista Playboy, sedentos de nudismo. Posto isto, terão legitimidade para criticar a mesma, se não lhes satisfizer as exigências estéticas, por sinal, subjectivas, ou, por outro lado, não poderão mais que ser uns acríticos passivos, resignando-se da precipitação?

Em primeira instância, declaro o meu criticismo. Sim, foda-se, viva Kant! E, aplicando-o ao contexto presente, opino que todo e qualquer cliente é detentor do direito de criticar o mais ínfimo pormenor do que quer que lhe seja servido, no diversificado mercado actual. Como comentei no WN, “Imagina a seguinte situação. Eu ia a um restaurante minimamente decente para almoçar, pedia uma sopa e serviam-me uma sopa com insectos ou cabelos a flutuar à superfície. Pelo facto de ter pedido uma sopa, tenho que tolerar acriticamente o facto de me enojar pelos "adereços" que apresenta? Não me parece.” e “Em primeiro lugar, na minha opinião, o cliente (neste caso, os portugueses) tem todo o direito de tecer críticas, logo que minimamente fundamentadas e, preferencialmente, construtivas. Não só pode trazer melhores resultados à publicação em questão, como fomenta o carácter crítico moderado e o uso da razão nas pessoas. Obviamente, oponho-me a todo o tipo de crítica detractora e/ou insultuosa, que, habitualmente, são aquelas a que mais facilmente se recorre, pela simplicidade das mesmas.”. Em suma, critiquem! Façam valer a vossa vontade, logo que fundamentada e eximida de tendência libertinas, se é que me faço entender. A racionalidade e a crítica lhe adjacente deveriam ser estimuladas de cedo nas crianças, para ulterior consumação e prática, quando maturadas convenientemente. O “disciplinar o povo através do silêncio e da invisibilidade” morreu há 35 anos! Portugal já não é o beco de ignorantes, culturalmente etnocêntricos e estagnados do progresso intelectual europeu. Salazar morreu, o Estado Novo ruiu. Qual é o medo? É o mesmo que nos relegou para o patamar subalterno que ocupamos nos dias correntes, a nível social, cultural, financeiro, económico.
2º Conflito: O que é nudismo, afinal?

É expor nádegas e seios? Isso vejo ao vivo, fazendo o “frete” de me dirigir à praia mais próximo a perscrutar o espaço envolvente até estacar diante de um exemplar materialista de uma jovem, imaculada, pudorosamente tapada por um fio-dental a roçar o orifício anal e uns açaimes mínimos a disciplinar os bicos das mamas. Pá! Nudismo passa pela mostragem, mais ou menos temerária, do físico na sua totalidade, confinado à extensão tridimensional, derivada da fusão entre a geometria e a aritmética, preconizada por René Descartes, no século XVII! Vacilam quando se trata de expor a vagina? Então, rua com elas! Não pretendo delegar a direcção da revista, por jugo interventivo persuasivo para as massas anónimas, a firmar o pulso e primar pela obrigatoriedade em alargar o órgão sexual das convidadas, por recurso a uma pêra inquisicional ou, quiçá, um macaco de automóvel, por forma a que o leitor assíduo possa vislumbrar o útero. Mas, foda-se, custa muito despirem-se e mostrarem a vagina descontraída? Cheguei a adquirir Playboys brasileiras nas quais surgiam mulheres de penugem púbica considerável, a qual mal permitia a contemplação ocular do clítoris.

3º Conflito: E as crianças?

A meu ver, este conflito, se chega a sê-lo, é absolutamente despropositado. As crianças estão salvaguardadas por um importante requisito para a obtenção da revista, a idade. Mas, em todo o caso, sejamos sinceros. Constituirá a exposição a nudismo em idades consideradas precoces um factor de traumas psicológicos da envergadura assumida por vários especialistas? Se imberbes com 10 ou 11 anos estudam o sistema reprodutor de ambos os géneros sexuais, são inteirados do modo de proceder à colocação do preservativo, assistem a vídeos didácticos em que surgem cenas de sexo comedido entre desenhos animados e cujos pais, muitas das vezes, se insurgem contra a inexistência de uma disciplina específica de Educação Sexual, como componente lectiva, qual o prejuízo psico-temperamental de ver um nu? Lá se iam a escultura clássica e telas infindáveis do realismo para um aterro sanitário! Sigmund Freud, criador da psicanálise, chegou a postular a tese de que a abstenção sexual infantil poderia conduzir a graves crises neuróticas em adulto. E, quem sabe, não teria o seu fundo de verdade empírica.

4º Conflito: E os familiares da modelo?

Mais uma vez, citando-me a mim mesmo, no comentário ao texto de Salazar, no WN: “dizes que é "degradante para a modelo" "abrir as pernas", por ferir susceptibilidades de familiares. E será que uns quantos pêlos púbicos ou um vislumbre quase imperceptível de um orifício de tonalidade cor-de-rosa é um factor de preponderância tal que se revele crucial na distinção entre o que é "exposição excessiva do ponto de vista dos familiares" e o que é "exposição regrada"? Cá para mim, se houver qualquer tipo de represálias sociais (isso sim é hipócrita) estas não se intensificarão devido a esse "pormenor".”. Esclarecidos? Espero, imperiosamente, que sim.

Que ilações se poderão retirar, agora que denoto a extensão deste meu escrito e urge-me terminá-lo, de toda esta argumentação?
Em primeiro lugar, que, independentemente da profundidade da minha cogitação e excelência na exposição da mesma, que peca sempre por se “transladar” o cadáver da reflexão, inerte para se poder utilizar linguisticamente, para um conjunto de combinações indeterminado de 26 letras, pela obliteração da dinâmica racional, esta não passa de mera opinião.
Em segundo lugar, que é legítimo criticar, desde que construtiva e fundadamente.
E, em terceiro, que, mais uma vez, vem à tona a puta da mania dos portugueses para provocarem um 31 a partir de tretas tão facilmente solucionáveis. E, portanto, sim, quero gajas a escachar a cona para a objectiva e Anas Malhoas vestidas!

Viva Chavez!

Bónus (ou não...):

Mónica Sofia na edição de Abril de 2009 da Playboy

Cláudia Jacques na edição de Maio de 2009 da Playboy

Ana Malhoa na edição de Junho de 2009 da Playboy

Rita Mendes na edição de Julho de 2009 da Playboy

Débora Montenegro na edição de Agosto de 2009 da Playboy

Sou um crítico.

Publicada por Higuita | | Posted On segunda-feira, 3 de agosto de 2009 at 00:00

Serei puramente sincero ao afirmar a minha compreensão e solidariedade perante a multidão expectante e inconclusiva que desperdiça a sua capacidade intrínseca do ser de uma forma incongruente: a racionalidade! Serei também o maior samaritano em relação aos paradigmas sociais que cada comunidade aplica no seu dia-a-dia, nas idiossincrasias ilusórias e nas atitudes aristocratas vincadas na questão “ser e parecer”.

A questão é concretíssima e uma extensão da globalização filosófica do pensamento e do seu funcionamento. Pretendido por todos, o pensamento, subjacente a obras primas antepassadas, tem uma necessidade vital e ortodoxalmente ingénua de ser compreendido e rotulado em acções e principios morais, frutos de uma digestão forçada e desmedida do aparente funcionamento daquilo que esta incorporado na nossa racionalidade. O erro sistemático prossegue na complexidade das questões que estão incorporadas no nosso pensamento, uma implicação aborrecida de processar conclusões e teorias – nenhuma conclusão é definitiva e as teorias são abatidas passo a passo. É aqui que a questão metafísica das nossas atitudes reside, permanecendo indestrutível: toda a conclusão é aparente e ilusória, uma produto retardado e sujeito à antiguização inerente à evolução do ser e do próprio pensamento. Será nosso desejo aplicar conclusões superficiais, estando mesmo as mais perfeitas e metódicas sujeitas à depressão e ao rídiculo conforme o passar dos tempos, vontades e «pensamentos»? Desejo subjectivo obviamente, mas algo universal, no ponto visionário e tenaz da ordem dos objectivos «irrisórios» do ser – a procura carnal da perfeição e dos seus bens materiais e mentais. Frustrada essa procura, impossível será afirmar que mesmo com esforço não conseguimos chegar a conclusões em forma de dogmas... É uma falsificação teóloga incorporada na ansia por respostas e mais respostas ao porquê dos erros do nosso pensamento e a atenuação de uma culpa implacável à imperfeição do nosso ser: jamais iremos admitir que a procura da perfeição é uma mera frustração patológica e que as bofetadas inconsequentes ao limite do nosso ego tornam-se uma agravante à rejeição forçada de um destino benzido pela má sorte.

Para além de um benção da má sorte – mais uma falsificação fruto do nosso pudor à aceitação imprudente do limite do ser – este círculo realça o ponto sensível e extraordinariamente absurdo que a crítica não provém da razão aparente, mas sim da consciência racional do funcionamento correcto/errado daquilo que nos rodeia, e que, para além disso, é um produto da reacção electrizante da veemente imoralidade daquilo que toca e levanta emoções... A crítica é um mero beco sem saída, onde cada ser vai parar com ou contra uma vontade interior. O crítico é aquele que encontra a saída e a torna evidente, realçando a compreensão dos erros e a caracterização hilariante daquilo que é fruto duma racionalidade aparente.

O crítico... Bem o crítico é o mártir implacável que separa a crítica do método de críticar, e que é abatido segundo a segundo. A crítica toma mesmo conta do pensamento e dá cabo do verdadeiro crítico, uma resposta impulsiva ao pudor do verdadeiro crítico, pois esse será o único capaz de elevar o pensamento vulgar ao rídiculo em letras grandes...

Quem me dera ser um crítico..