Topless? Quero nudismo! Foda-se…

Publicada por armyofufs | Etiquetas: | Posted On terça-feira, 11 de agosto de 2009 at 16:02


Foi após ter lido o último escrito do mais recente retornado ao blogue Wrestling Notícias, A. O. Salazar, esse fascista do caralho, que se me incrementou a vontade de redigir algo em objecção à sua consideração final, vocacionada para a temática “Playboy portuguesa”. Num antagonismo de não conseguir ser objectivo na resposta ao quesito kantiano “O móbil desta minha vontade são as inclinações naturais ou a razão?”, se me afiguro no prelúdio de, ainda que infrutiferamente, canalizar toda a minha crítica para o plano racional. Mas, enfim, poderá uma crítica ser induzida por inclinações? Isso é causa de uma outra introspecção prolongada, para um outro post, numa outra conjuntura temporal que não esta.
Portanto, deixemo-nos de estender frivolamente esta introdução, sob a coacção inteligível, não estatuária, de trairmos a acepção deste mesmo termo. Prossigamos.

Em Abril transido, do ano corrente (lá estou eu com as minhas explicitações exacerbadas), presenciámos o advento nacional de uma publicação de renome, a nível internacional, no respeitante a revistas dirigidas a um público-alvo composto, maioritariamente, por seres humanos do sexo masculino, lésbicas, bissexuais, hermafroditas, travestis, transexuais e Santana Lopes (sim, foi ele quem decretou o término das transmissões pornográficas pós-horário nobre, no Canal Viver/Vivir, então na posição número 18 da TV Cabo) e de conteúdo restrito a maiores de idade, de acordo com a lei civil (judeus, chupem-me os tomates!). Ora, e sendo uma condição básica de marketing moderno, as novas exigências de procura mercantil são condição sine qua non para incitar os capitalistas a reformularem as suas incidências investidoras, por forma a colmatarem, o melhor possível, as lacunas de uma vontade maciça insatisfeita. Então, uma bifurcação se lhes interpola. Arriscar em algo de inovador, sujeito a repreendas várias, se não bem cogitado em todos os parâmetros ou adaptar um produto, dentro do mesmo género, com sucesso visível noutros quadrantes do globo, onde se faça sentir a ingerência humana. Por cá, e seguindo as belas das tradições que já vêm sendo legadas desde tempos imemoriais e, mesmo assim, segundo esses intelectuais reconhecidos, pregadores da benesse de sardinhas, reiterando a sua actualidade, um grupo de aristocratas aventurou-se na edificação, em terras do Quinto Império (Not!), desse colosso internacional da demagogia anatómica, a Playboy.
De mentes embebidas no sucesso descomunal de edições da FHM incidentes sobre Ana Malhoa ou Luciana Abreu, lançaram-se que nem cães a um osso e, retornando ao início do parágrafo transacto, publicaram a primeira edição da Playboy portuguesa (UH UH YEAH!...que excitação!). Recorrendo ao factor “suspense”, aguçaram a curiosidade plebeia, que só com estas merdas se deixa aguçar, mantendo no mais tácito sigilo a identidade da primeira “coelhinha”.

Momento “WTF???”: Um gajo, encaminhando-se para o quiosque mais próximo, afrouxa o passo, adquirindo, precedentemente, a informação animadora de que a “rameira” em questão era Mónica Sofia. Então, e bebendo do esclarecimento prematuro como de Powerade, alenta-se na demanda, arribando no destino em menos de nada. Abeira-se da revista e:
Penso que a denominação do momento anterior isenta-se de qualquer explicação depois de observada a imagem acima.
Desde então, e mês após mês, sendo que visito, no final de cada um deles, blogues que se dignam a publicitar gratuitamente a publicação correspondente, com mostragem das fotografias expostas na revista, anteriormente sujeitas à filtragem baseada em critérios que desconheço, mas que me parecem incongruentes, e ao melhoramento do Photoshop, deu-se uma subversão oratória, ora apologizando a mesma, ora através de críticas contundentes, com a intenção última de rebaixar infundadamente.
Eu, mero aspirante a crítico íntegro, tomo o partido dos poucos que, racionalizando a questão, se opõe convictamente ao tratamento aportuguesado da publicação.
Então, aqui seguem os meus raciocínios convertidos a linguagem corrente, e, como tal, passíveis de refutação e/ou reformulação posterior, no prejuízo das circunstâncias momentâneas, que me levam a preferir um vocábulo a outro e, eventualmente, esquecer-me de um ou outro pormenor relevante.

1º Conflito: Foram muitos os que clamaram pela nacionalização da revista Playboy, sedentos de nudismo. Posto isto, terão legitimidade para criticar a mesma, se não lhes satisfizer as exigências estéticas, por sinal, subjectivas, ou, por outro lado, não poderão mais que ser uns acríticos passivos, resignando-se da precipitação?

Em primeira instância, declaro o meu criticismo. Sim, foda-se, viva Kant! E, aplicando-o ao contexto presente, opino que todo e qualquer cliente é detentor do direito de criticar o mais ínfimo pormenor do que quer que lhe seja servido, no diversificado mercado actual. Como comentei no WN, “Imagina a seguinte situação. Eu ia a um restaurante minimamente decente para almoçar, pedia uma sopa e serviam-me uma sopa com insectos ou cabelos a flutuar à superfície. Pelo facto de ter pedido uma sopa, tenho que tolerar acriticamente o facto de me enojar pelos "adereços" que apresenta? Não me parece.” e “Em primeiro lugar, na minha opinião, o cliente (neste caso, os portugueses) tem todo o direito de tecer críticas, logo que minimamente fundamentadas e, preferencialmente, construtivas. Não só pode trazer melhores resultados à publicação em questão, como fomenta o carácter crítico moderado e o uso da razão nas pessoas. Obviamente, oponho-me a todo o tipo de crítica detractora e/ou insultuosa, que, habitualmente, são aquelas a que mais facilmente se recorre, pela simplicidade das mesmas.”. Em suma, critiquem! Façam valer a vossa vontade, logo que fundamentada e eximida de tendência libertinas, se é que me faço entender. A racionalidade e a crítica lhe adjacente deveriam ser estimuladas de cedo nas crianças, para ulterior consumação e prática, quando maturadas convenientemente. O “disciplinar o povo através do silêncio e da invisibilidade” morreu há 35 anos! Portugal já não é o beco de ignorantes, culturalmente etnocêntricos e estagnados do progresso intelectual europeu. Salazar morreu, o Estado Novo ruiu. Qual é o medo? É o mesmo que nos relegou para o patamar subalterno que ocupamos nos dias correntes, a nível social, cultural, financeiro, económico.
2º Conflito: O que é nudismo, afinal?

É expor nádegas e seios? Isso vejo ao vivo, fazendo o “frete” de me dirigir à praia mais próximo a perscrutar o espaço envolvente até estacar diante de um exemplar materialista de uma jovem, imaculada, pudorosamente tapada por um fio-dental a roçar o orifício anal e uns açaimes mínimos a disciplinar os bicos das mamas. Pá! Nudismo passa pela mostragem, mais ou menos temerária, do físico na sua totalidade, confinado à extensão tridimensional, derivada da fusão entre a geometria e a aritmética, preconizada por René Descartes, no século XVII! Vacilam quando se trata de expor a vagina? Então, rua com elas! Não pretendo delegar a direcção da revista, por jugo interventivo persuasivo para as massas anónimas, a firmar o pulso e primar pela obrigatoriedade em alargar o órgão sexual das convidadas, por recurso a uma pêra inquisicional ou, quiçá, um macaco de automóvel, por forma a que o leitor assíduo possa vislumbrar o útero. Mas, foda-se, custa muito despirem-se e mostrarem a vagina descontraída? Cheguei a adquirir Playboys brasileiras nas quais surgiam mulheres de penugem púbica considerável, a qual mal permitia a contemplação ocular do clítoris.

3º Conflito: E as crianças?

A meu ver, este conflito, se chega a sê-lo, é absolutamente despropositado. As crianças estão salvaguardadas por um importante requisito para a obtenção da revista, a idade. Mas, em todo o caso, sejamos sinceros. Constituirá a exposição a nudismo em idades consideradas precoces um factor de traumas psicológicos da envergadura assumida por vários especialistas? Se imberbes com 10 ou 11 anos estudam o sistema reprodutor de ambos os géneros sexuais, são inteirados do modo de proceder à colocação do preservativo, assistem a vídeos didácticos em que surgem cenas de sexo comedido entre desenhos animados e cujos pais, muitas das vezes, se insurgem contra a inexistência de uma disciplina específica de Educação Sexual, como componente lectiva, qual o prejuízo psico-temperamental de ver um nu? Lá se iam a escultura clássica e telas infindáveis do realismo para um aterro sanitário! Sigmund Freud, criador da psicanálise, chegou a postular a tese de que a abstenção sexual infantil poderia conduzir a graves crises neuróticas em adulto. E, quem sabe, não teria o seu fundo de verdade empírica.

4º Conflito: E os familiares da modelo?

Mais uma vez, citando-me a mim mesmo, no comentário ao texto de Salazar, no WN: “dizes que é "degradante para a modelo" "abrir as pernas", por ferir susceptibilidades de familiares. E será que uns quantos pêlos púbicos ou um vislumbre quase imperceptível de um orifício de tonalidade cor-de-rosa é um factor de preponderância tal que se revele crucial na distinção entre o que é "exposição excessiva do ponto de vista dos familiares" e o que é "exposição regrada"? Cá para mim, se houver qualquer tipo de represálias sociais (isso sim é hipócrita) estas não se intensificarão devido a esse "pormenor".”. Esclarecidos? Espero, imperiosamente, que sim.

Que ilações se poderão retirar, agora que denoto a extensão deste meu escrito e urge-me terminá-lo, de toda esta argumentação?
Em primeiro lugar, que, independentemente da profundidade da minha cogitação e excelência na exposição da mesma, que peca sempre por se “transladar” o cadáver da reflexão, inerte para se poder utilizar linguisticamente, para um conjunto de combinações indeterminado de 26 letras, pela obliteração da dinâmica racional, esta não passa de mera opinião.
Em segundo lugar, que é legítimo criticar, desde que construtiva e fundadamente.
E, em terceiro, que, mais uma vez, vem à tona a puta da mania dos portugueses para provocarem um 31 a partir de tretas tão facilmente solucionáveis. E, portanto, sim, quero gajas a escachar a cona para a objectiva e Anas Malhoas vestidas!

Viva Chavez!

Bónus (ou não...):

Mónica Sofia na edição de Abril de 2009 da Playboy

Cláudia Jacques na edição de Maio de 2009 da Playboy

Ana Malhoa na edição de Junho de 2009 da Playboy

Rita Mendes na edição de Julho de 2009 da Playboy

Débora Montenegro na edição de Agosto de 2009 da Playboy

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