Fodei-vos, seus mártires!

Publicada por Higuita | | Posted On terça-feira, 7 de julho de 2009 at 01:24

Sinto-me impune e desmazelado, subjugado pelos conflitos ilusórios e aristocratas da minha vida, me enterro no meu destino, no meu fatal destino, que mártir e inconsequente me atirará para a ribalta da podridão, e replandescer em mim a raiva de sucumbir , melancolica e imprudentemente...

Acendi um cigarro para alimentar esse vício carnal e veemente que me irá ajudar a meditar e acender a chama do meu ego, e solta-lo como cavalos de corrida descontrolados e imparáveis... E é nesse estado requintado que ofereço razão ao meu pensamento, para, por meios esburacados, forjar as respostas que tanto me corroem e imobilizam... Sentando em mim as intrigas oxidantes e cruéis que assombram a minha mente por vários anos, devastando o sentimento de imunidade e coerência, alimentando unica e simplesmente o meu estado, um estado débil e condenado a um fim inglória.

Analiso o meu redor, a idiossincrasia da minha comunidade, comunidade paradoxal e intrigante, que auto-destrutiva, acabará por um caminho ilógico e obstinado, incapaz de satisfazer a necessidade da convivência e relação mutua, abrindo portas ao futuro incongruente do egoísmo humano e as suas consequências: a tenaz revolta do ser e o seu apocalipse. Aí será o despertar de uma humanidade repleta de erros insensatos, onde por fim se poderá oferecer o real valor ao significado puro e fluído de comunidade.

Nunca entendi as trocas estranhas que tantas vezes caminharam na linha do meu pensamento. Linha essa que entortou por várias vezes, resultado de uma interpretação incoerente dessas trocas. Trocar paz por guerra, ética por justiça, amor por ódio, moral por interesse, valores por dinheiro. E o problema que alicerçava esta conjuntura era de facto uma interpretação mal trabalhada e sujeita a sentimentalismos. Sejamos duros e cruéis: estas trocas são e serão o fruto da racionalidade desmedida, que adapta a diferença entre o bem e o mal para uma sociedade exigente e selectiva. Não devemos lutar desbragadamente contra estas trocas aparadigmarizadas pelo ser, devemos excluir a nossa acção do ser predominante.

Numa tentativa depreciativa de ligar e establecer a solidez vital a uma sanidade mental, quero expor a minha necessidade de me afastar dessas trocas. Serei sensato o suficiente para admitir que assim como foi a racionalidade que impos esses paradigmas, eu farei parte do ser sobredotado de razão que as irá excluir.

Pode ser que me salve... Até lá? Fodei-vos, seus mártires.

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